domingo, 30 de março de 2008

Mosteiro de Santa Maria de Belém

Mosteiro dos Jerónimos





No ano de 1496, o Rei D. Manuel, pediu à Santa Sé, autorização para a construção de um grande mosteiro à entrada de Lisboa, pedido esse concedido, tendo as obras o seu inicio em 1501 e só terminando quase um século depois, sendo que na sua construção ao longo dos tempos estiveram envolvidos vários arquitectos assim como construtores.


O mosteiro foi dedicado à Virgem de Belém, já que este edifício veio substituir a igreja que invocava Santa Maria de Belém, onde os Monges da Ordem de Cristo, davam assistência aos muitos marinheiros que por ali passavam.

Para ocuparem este mosteiro o Rei D. Manuel, escolheu os Monges da Ordem de S. Jerónimo, tendo estes como principais funções, rezar pela alma do Rei e dar apoio espiritual aos que partiam da Praia do Restelo, à descoberta de novos mundos, sendo aliás a construção deste mosteiro financiada em grande parte pelos lucros do comércio das especiarias.

Por ter sido construído nos bancos de areia do Rio Tejo, a estrutura do mosteiro, não sofreu muitos danos com o terremoto de 1755, mas foi danificada pelas tropas invasoras francesas enviadas por Napoleão Bonaparte no inicio do Século XIX.

Claustro Mosteiro dos Jerónimos Séc. XIX

O que obrigou posteriormente a algumas intervenções arquitectónicas, que embora não tenham alterado a estrutura primitiva, vieram dar-lhe a forma que lhe conhecemos hoje.


Mosteiro dos Jerónimos Finais do Séc XIX



Mosteiro dos Jerónimos Actualmente

O Mosteiro dos Jerónimos é hoje apontado como a "jóia" da Arquitectura Manuelina, integrando elementos arquitectónicos do gótico final e do renascimento, associando-lhe uma simbologia régia e naturalista.

No seu interior para além dos túmulos de El Rey D. Manuel, e seus descendentes, pode-se hoje encontrar no mosteiro os túmulos, do Rei D. João e sua esposa D. Catarina, o de D. Henrique e ainda as caixas tumulares de D. Sebastião, Vasco da Gama e Luiz Vaz de Camões, mais contemporâniamente também no local foram sepultados, Alexandre Herculano e Fernando Pessoa.

O Mosteiro Dos Jerónimos, foi declarado em 1907, como Monumento Nacional e em 1984, classificado " Património Cultural de toda a Humanidade", pela UNESCO.



quinta-feira, 27 de março de 2008

Palácio dos Estaus

O Palácio dos Estaus, situava-se onde hoje se ergue, desde o século XIX, o Teatro D. Maria II.
Mandado construir em 1449, pelo regente D. Pedro, ao longo dos tempos este edifício foi tendo inúmeras funções, primeiramente e tal como o seu nome indica, Estaus ( pensão de forasteiros), foi este grandioso palácio, destinado a receber Embaixadas das Nações e Reis estrangeiros, como Alexandre de Medices ou os embaixadores que prepararam o casamento da futura Imperatriz Isabel com Carlos V.
Foi também no seu interior que se representaram pela primeira vez algumas peças de Gil Vicente.
No Século XVI, as cavalariças do Estaus, albergavam, elefantes, girafas e outras espécies do novo mundo.
O Palácio dos Estaus também foi Sede da Inquisição em Lisboa, Sede de Regência e do Governo Provisório, assim como Câmara dos Pares e até mesmo Intendência Geral da Polícia.
Na sua prisão, muitos ilustres estiveram encarcerados, como Damião de Goís ou Manuel Maria Barbosa du Bocage.
O Palácio, apesar de sofrer alguns danos, sobrevive ao terremoto de 1755, mas infelizmente acaba por sucumbir a um forte incêndio no ano de 1836.

segunda-feira, 17 de março de 2008

HOSPITAL DE TODOS OS SANTOS



Dos dois terços de terreno, que do Rossio ficavam livres do dormitório dos Religiosos de São Domingos, era ocupado pelo Hospital de todos os Santos, a que vulgarmente se chamava de Hospital del Rey, por ter sido mandado edificar por D. João II e finalizado por Dom Manuel.


Este Hospital era considerado na época um dos melhores do mundo, sendo um edifício muito amplo com várias alas, refeitório, enfermaria de homens e mulheres, dependência para loucos e secção de enjeitados.


Pegado ao corpo do hospital estendiam-se dependências para médicos, farmacêuticos e outros funcionários.


Na obra " O Livro das Grandezas de Lisboa", de Frei Nicolau de Oliveira, ficamos a saber que o Hospital foi construído em forma de cruz de quatro braços iguais, sendo que no braço cimeiro se encontrava uma grande igreja, cuja porta principal dava para o Rossio, e para a qual se assedia através de uma enorme escadaria de vinte e um degraus, que em dias de feira se enchiam de vendedores e mendigos.
O Portal da Igreja era magnifico, nos dias de hoje apenas comparável ao portal da entrada do Mosteiro dos Jerónimos.
No braço da cruz que atravessava para o lado direito localizava-se a enfermaria de São Cosme, no braço oposto a enfermaria das mulheres com o nome de Santa Clara, na outra parte a enfermaria de febres designada como a de São Vicente.


Nestas três enfermarias estavam as camas postas em repartimentos dentro de um arco, de modo que fiquem livres os corredores para facilitar a limpeza ( tal como nos nossos dias....).


Para além destas enfermarias principais existiam outras segundarias e também elas todas designadas com nomes de santos.


Nas traseiras o hospital possuía uma grande horta com muita água, na qual se retirava grande parte dos alimentos a serem consumidos na instituição hospitalar.
Sendo a Mesericordia a administradora deste Hospital, ficava portanto à sua responsabilidade, fornecer os oficiais que nele aviam de servir e para que nada falte para a cura e limpeza dos enfermos.
Infelizmente com o terremoto de 1755 o maremoto que se lhe segue e o incêndio que fustigou Lisboa durante seis dias, o Hospital assim como todo o Rossio antigo desapareceu...