segunda-feira, 17 de março de 2008

HOSPITAL DE TODOS OS SANTOS



Dos dois terços de terreno, que do Rossio ficavam livres do dormitório dos Religiosos de São Domingos, era ocupado pelo Hospital de todos os Santos, a que vulgarmente se chamava de Hospital del Rey, por ter sido mandado edificar por D. João II e finalizado por Dom Manuel.


Este Hospital era considerado na época um dos melhores do mundo, sendo um edifício muito amplo com várias alas, refeitório, enfermaria de homens e mulheres, dependência para loucos e secção de enjeitados.


Pegado ao corpo do hospital estendiam-se dependências para médicos, farmacêuticos e outros funcionários.


Na obra " O Livro das Grandezas de Lisboa", de Frei Nicolau de Oliveira, ficamos a saber que o Hospital foi construído em forma de cruz de quatro braços iguais, sendo que no braço cimeiro se encontrava uma grande igreja, cuja porta principal dava para o Rossio, e para a qual se assedia através de uma enorme escadaria de vinte e um degraus, que em dias de feira se enchiam de vendedores e mendigos.
O Portal da Igreja era magnifico, nos dias de hoje apenas comparável ao portal da entrada do Mosteiro dos Jerónimos.
No braço da cruz que atravessava para o lado direito localizava-se a enfermaria de São Cosme, no braço oposto a enfermaria das mulheres com o nome de Santa Clara, na outra parte a enfermaria de febres designada como a de São Vicente.


Nestas três enfermarias estavam as camas postas em repartimentos dentro de um arco, de modo que fiquem livres os corredores para facilitar a limpeza ( tal como nos nossos dias....).


Para além destas enfermarias principais existiam outras segundarias e também elas todas designadas com nomes de santos.


Nas traseiras o hospital possuía uma grande horta com muita água, na qual se retirava grande parte dos alimentos a serem consumidos na instituição hospitalar.
Sendo a Mesericordia a administradora deste Hospital, ficava portanto à sua responsabilidade, fornecer os oficiais que nele aviam de servir e para que nada falte para a cura e limpeza dos enfermos.
Infelizmente com o terremoto de 1755 o maremoto que se lhe segue e o incêndio que fustigou Lisboa durante seis dias, o Hospital assim como todo o Rossio antigo desapareceu...









Sem comentários: