domingo, 25 de maio de 2008

Casa dos Bicos

Casa dos Bicos 1950 - Arquivo Municipal de Lisboa




A Casa dos Bicos, situada no Campo das Cebolas, em Lisboa, foi mandada construir, em 1523, por Brás de Albuquerque, filho do conquistador de Ormuz, Afonso de Albuquerque.



A sua traça original, tem como influencia o palácio dos Diamantes de Ferrara, em Itália, monumento pelo qual, Brás de Albuquerque demonstrou grande admiração, e pretendeu recrear, na sua própria habitação.



A casa para além de habitação particular, ao longo dos tempos foi tendo várias funções, sendo talvez a de destacar pela sua inegável importância, a de sede da associação do Comércio Marítimo da Índia.



Na década de 60 do Século XX, a casa dos bicos é adquirida pela câmara Municipal de Lisboa, que procedeu a trabalhos de reconstrução e reergue os dois andares que tinham sido destruídos pelo terremoto de 1755, recorrendo para tal a um painel de Azulejos da Ribeira Velha, patente no Museu da Cidade, que retrata a casa no seu projecto inicial.





Casa dos Bicos actualmente depois das obras de restauro
No seu interior encontra-se parte do espólio arqueológico descoberto durante as obras de restauro, incluindo quatro tanques de salga Romanos, parte da Cerca Moura, parte de uma Torre Medieval e um troço de pavimento mudéjar.
Só que infelizmente hoje a casa é ocupada pelo Pelouro da Cultura da Câmara Municipal de Lisboa , e como tal o monumento encontra-se interdito ao público em geral, o que não deixa de ser uma lamentável contradição, e que em nada enaltece o pelouro cultural...

segunda-feira, 12 de maio de 2008

Aqueduto das Águas Livres






O Aqueduto das Águas Livres, é um complexo sistema de captação e distribuição de água á cidade de Lisboa.



O Aqueduto, foi construído durante o reinado de D. João V, e foi sendo progressivamente reforçado e ampliado ao longo do Século XIX, de salientar que prodigiosa obra resistiu incólume ao terremoto de 1755.



Antes da construção do Aqueduto, a única área de Lisboa com nascentes de água era o Bairro de Alfama, e com o crescimento da cidade para fora das cercas medievais foi surgindo um défice no abastecimento de água á cidade.



Tal situação levou á necessidade de se aproveitar as águas do vale da Ribeira de Carenque, já que estas águas até tinham sido, em tempos aproveitadas pelos Romanos, que aí construíram uma barragem e um aqueduto.



Apesar do Reinado de D. João V ter sido prospero, o projecto do Aqueduto, foi custeado pelo povo, através de uma taxa sobre a carne, o vinho, o azeite e outros produtos alimentares.



A parte do Aqueduto mais conhecida são os seus 35 arcos sobre o vale de Alcântara, o mais alto dos quais o " arco grande", mede 65 metros de altura e dista 29 metros entre pegões, sendo o maior arco ogival do mundo.



O Aqueduto têm o seu inicio na Mãe de Água Velha, recolhendo a água da nascente da Água Livre, em Belas e termina na Mãe de Água das Amoreiras, após um percurso de 14.174 metros.



Antes de chegar ao centro de Lisboa, o aqueduto alimentava vários chafarizes na Amadora, Benfica e São Domingos de Benfica.



Na extremidade do aqueduto, a Mãe de Água das Amoreiras recebia e distribuía a água por galerias e encanamentos que encaminhavam a água para uma rede de chafarizes públicos.

O caminho público por cima do aqueduto, esteve fechado desde 1853, altura pela qual se registaram no local alguns crimes, levados acabo ao que tudo indica por Diogo Alves, que assaltava as pessoas que por ali passavam e as atirava do aqueduto abaixo.

Diogo Alves foi apanhado, tendo ficado para a história como o ultimo decapitado em Portugal, a sua cabeça decepada foi estudada, prevalecendo ainda hoje dentro de um recipiente de vidro numa solução aquosa, no museu de medicina.

O aqueduto manteve-se em funcionamento até 1968, acabando por ser desactivado definitivamente pela EPAL , em 1974.

Nota: Depois de várias reparações e intervenções, o Aqueduto das Águas Livres, reabre aos visitantes amanhã dia 13 de Maio, encontrando-se marcado um passeio num percurso que começa na Rua das Amoreiras, às 10 horas e termina no reservatório da Mãe de Água.

segunda-feira, 5 de maio de 2008

Torre de Belém







A Torre de Belém , foi construída em homenagem ao santo patrono da cidade de Lisboa S. Vicente, localizando-se, sobre um afloramento rochoso nas águas do rio Tejo, local onde anteriormente, se encontrava ancorada a Grande Nau, que cruzava fogo com a fortaleza de S. Sebastião, defendendo a entrada de Lisboa de piratas e invasores.


A construção da Torre de Belém tem inicio no ano de 1514 e a obra é concluída em 1520, sendo o arquitecto da obra, Francisco de Arruda.



A Torre foi projectada, como símbolo de prestígio real, a decoração exibe a iconologia própria do Manuelino, conjugado com elementos naturalistas, como também é visivel no mosteiro dos Jerónimos.

O Manuelino reflecte, influências islâmicas e Orientais, que marcam definitivamente o fim da tradição Medieval das Torres de Menagem.

A Torre de Belém é adornada, com cordas e nós esculpidos em pedra, galerias abertas, torre de vigia, ameias em forma de escudo, decoradas com esferas armilares e a cruz da ordem de Cristo, e elementos naturalistas, como um rinoceronte ( o tal já referido em texto anterior), que vão aludir aos descobrimentos portugueses.

A Torre localizada na margem direita do Rio Tejo, era inicialmente cercada pelas águas em todo o seu perímetro, no entanto foi progressivamente envolvida pela praia, até se incorporar hoje à terra.

Com o passar dos tempos, a estrutura foi perdendo a sua original função defensiva, passando a exercer outras funções, como tal foi, registro aduaneiro, posto de sinalização, telégrafo, farol e até prisão, já que os seus paióis, foram utilizados como masmorras, para presos políticos durante o reinado de D. Filipe I (1580-1598), e mais tarde por D. João IV ( 1640-1656).

O Arcebispo de Braga e primaz das Espanhas, D. Sebastião de Matos de Noronha ( 1636-1641), por coligação à Espanha e fazendo frente a D. João IV, foi preso e mantido recluso na Torre de Belém, entre outras personalidades.

Nos nossos dias é possível fazer visitas a este este monumento e no seu terraço desfrutar de uma maravilhosa vista, sobre o Tejo e dele imaginar a partida das naus e caravelas para os novos mundos.

A Torre de Belém é classificada como Monumento Nacional por decreto de 10 de Janeiro de 1907, e considerada pela UNESCO, como Património Cultural de toda a Humanidade.